terça-feira, 19 de julho de 2016

 “Aqui se faz aqui se paga”: criaturas insanas se tornam infames!

Por mais que se queiram creditar algum sentido na ideia de que as denominações evangélicas têm de cristianismo algum comportamento, não passaria de uma validade falsa e de um raciocínio, com certeza, pretencioso.

A ideia, segundo Jung, é um elemento como outros, por vez, conteúdo espiritual. Mas a ideia ou conteúdo psíquico de que tratamos em Jung cabe no conceito de espiritualidade enquanto fenômeno do numinoso.

Esse tom ou característica de espiritualidade se daria, conforme o teórico da psicologia analítica, sob alguns fatores: proteção, simbolização, livre arbítrio etc., mas evidenciamos que esse tom colorido, ou seja, brilhoso, iluminado, consciente que se caracteriza no protetor, no simbólico e no livre arbítrio são fatores que não ocorrem na fragmentação da religiosidade evangélica.

Vez por outra, podemos encontrar resquícios de aspectos simbólicos no culto ou comportamento das denominações evangélicas semelhantes – cópias – da simbolização e da liturgia cristã. Mas que não conferem a essas denominações o direito de sagrado. O sagrado como entendemos em Gn 3,15 onde estaria toda a origem do cristianismo – trata-se do primeiro evangelho – onde Maria aparece como personalidade e, de certa forma, consciência da Igreja, é abandonado pelo ritual, que não possuem as denominações evangélicas.

Todo processo de ruptura caracteriza um sintoma. Pois a ruptura é o oposto da comunhão. Jung tematiza que é a integração da sombra e dos demais arquétipos com o ego e self, este como símbolo do si-mesmo, o que significa a individuação. E que, muitas das demais vezes, esse processo é mal entendido pelos próprios teóricos da psicologia analítica porque o erro está na interpretação.

Assim como é grosseiro e estúpido a interpretação que o fundamentalismo dispensa em torno da Bíblia. 

Desse modo, há dois pontos que quero respeitar nesta reflexão:
1.  
       A interpretação fundamentalista da Bíblia é equívoca, ambígua e, por tratar-se de ser interpretação, é acréscimo e o acréscimo é tendencioso e induz ao erro grosseiro e crasso.

2.   A ruptura é uma expressão de psicose. Todo o inconformismo tematizado por Jung quando este pensador psicólogo se refere às denominações protestantes evangélicas, caracterizam mais do que aquilo que Pfister escreveu a respeito do dogma; a ruptura do símbolo esquizofreniza.

Chamo a atenção para esses dois pontos e concluo rapidamente a reflexão para que haja interesse do leitor pelo tema de que, toda essa crise de identidade, esse desmantelo político e social, essa mudança ou esse comportamento afetado que apresentam as denominações evangélicas, significam, sem dúvida, uma mudança de crença e esta caracteriza um afastamento da essência da vida e a torna banal: uma doença irreversível, psicose, final de chegada. Isso é bem visível no discurso dos pastores e no comportamento dos obreiros de forma generalizada.

Com a palavra Jesus, (Mt 18,6ss), "ai não dos escandalizados, mas de quem escandaliza um desses pequeninos"! Assim, chegamos à conclusão de que aqui se faz, aqui se paga! Não há espiritualidade na obra da teologia da prosperidade.


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